Sarasvati/pt: Difference between revisions
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No livro ''Simbolismo no Hinduísmo'', A. Parthasarathy observa que o nome ''Sarasvati'' significa literalmente "aquele que dá a essência do nosso próprio Ser". Às vezes, Sarasvati é representado com quatro mãos, sentada numa flor de lótus. Ela segura as escrituras sagradas em uma mão e um lótus na outra. Com as duas mãos restantes, ela toca alaúde indiano (veena).<ref>A. Parthasarathy, | No livro ''Simbolismo no Hinduísmo'', A. Parthasarathy observa que o nome ''Sarasvati'' significa literalmente "aquele que dá a essência do nosso próprio Ser". Às vezes, Sarasvati é representado com quatro mãos, sentada numa flor de lótus. Ela segura as escrituras sagradas em uma mão e um lótus na outra. Com as duas mãos restantes, ela toca alaúde indiano (veena).<ref>A. Parthasarathy, “Consortes dos Três Deuses”, em R. S. Nathan, comp., ''Symbolism in Hinduism'' (Bombaim: Central Chinmaya Mission Trust, 1989), p. 157.</ref> | ||
Parthasarathy escreve: “A Deusa, portanto, representa o guru ideal .... | Parthasarathy escreve: “A Deusa, portanto, representa o guru ideal.... ‘Sentar-se no lótus’ simboliza que o professor está bem estabelecido na experiência subjetiva da Verdade. ‘Segurar as Escrituras na mão’ indica que ela sustenta que somente o conhecimento das Escrituras pode nos levar à Verdade”. Parthasarathy diz que o toque do alaúde por Sarasvati sugere “que um professor verdadeiramente qualificado sintoniza a mente e o intelecto do buscador e extrai dele a música e a melodia da vida”.<ref> Ibid., pp. 157-58.</ref> | ||
Segundo o estudioso David Frawley, em um sentido esotérico, Sarasvati “representa o fluxo da sabedoria, o fluxo livre do conhecimento da consciência”.<ref>David Frawley, ''From the River of Heaven: Hindu and Vedic Knowledge for the Modern Age'' (Sandy, Utah: Morson Publishing, 1990), p. 126.</ref> Ela é chamada de Ser Fluente, a fonte da criação pela Palavra. | Segundo o estudioso David Frawley, em um sentido esotérico, Sarasvati “representa o fluxo da sabedoria, o fluxo livre do conhecimento da consciência”.<ref>David Frawley, ''From the River of Heaven: Hindu and Vedic Knowledge for the Modern Age'' (Sandy, Utah: Morson Publishing, 1990), p. 126.</ref> Ela é chamada de Ser Fluente, a fonte da criação pela Palavra. | ||
Sarasvati | Sarasvati também representa a pureza e se veste de branco. David Kinsley, professor de estudos religiosos na Universidade McMaster, em Ontário, Canadá, explica: | ||
<blockquote> | <blockquote>Os temas predominantes na aparência de Sarasvati são pureza e transcendência. Diz-se quase sempre que ela é branca pura como a neve, a lua ou a flor kunda ... Dizem que suas roupas são impetuosas em sua pureza...</blockquote> | ||
<blockquote> | <blockquote>A natureza transcendente de Sarasvati... também é sugerida em seu veículo, o cisne. O cisne é um símbolo de transcendência e perfeição espiritual no hinduísmo... Sarasvati, montada em seu cisne, sugere uma dimensão da existência humana que se eleva acima do mundo físico e natural. Seu reino é de beleza, perfeição e graça; é um domínio criado por inspiração artística, discernimento filosófico e conhecimento acumulado, que permitiu aos seres humanos refinarem tanto seu mundo natural que foram capazes de transcender suas limitações. Sarasvati, montada em seu cisne, atrai os seres humanos para a criação cultural continuada e a perfeição civilizada... Ela não apenas sustenta o mundo e é seu criador, mas também é o meio de transcender o mundo.<ref>David Kinsley, ''Hindu Goddesses: Visions of the Divine Feminine in the Hindu Religious Tradition'' (Berkeley, Calif.: University of California Press, 1986), pp. 62, 141.</ref></blockquote> | ||
Sarasvati está associada à linguagem, à poesia, à música e à cultura e é conhecida como a Deusa do Aprendizado e Patrocinadora das Artes e da Música. Reverenciada tanto pelos hindus como pelos budistas, estes consideram-na consorte de [[Special:MyLanguage/Manjushri|Manjushri]], o bodhisattva da sabedoria. Os budistas apelam para Manjushri pedindo inteligência, sabedoria, mestria dos ensinamentos, poder de exposição, eloquência e memória. Ele trabalha com o [[Special:MyLanguage/Lord Maitreya|Senhor Maitreya]]. Às vezes, os dois são retratados formando um trio com [[Special:MyLanguage/Gautama Buddha|Gautama Buda]], no qual Manjushri representa o aspecto da sabedoria e Maitreya o da compaixão do ensinamento Budista. Como Sarasvati, Manjushri traz o dom da iluminação. | Sarasvati está associada à linguagem, à poesia, à música e à cultura e é conhecida como a Deusa do Aprendizado e Patrocinadora das Artes e da Música. Reverenciada tanto pelos hindus como pelos budistas, estes consideram-na consorte de [[Special:MyLanguage/Manjushri|Manjushri]], o bodhisattva da sabedoria. Os budistas apelam para Manjushri pedindo inteligência, sabedoria, mestria dos ensinamentos, poder de exposição, eloquência e memória. Ele trabalha com o [[Special:MyLanguage/Lord Maitreya|Senhor Maitreya]]. Às vezes, os dois são retratados formando um trio com [[Special:MyLanguage/Gautama Buddha|Gautama Buda]], no qual Manjushri representa o aspecto da sabedoria e Maitreya o da compaixão do ensinamento Budista. Como Sarasvati, Manjushri traz o dom da iluminação. | ||
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Nos Vedas, os textos hindus primitivos, Sarasvati é a deusa de um | Nos Vedas, os textos hindus primitivos, Sarasvati é a deusa de um rio. Os Vedas dizem que Sarasvati foi o maior rio da Índia. Durante anos, acreditou-se que Sarasvati fosse um mito, mas, em 1985, uma pesquisa arqueológica descobriu um antigo leito de rio que coincidia com a descrição de Sarasvati: um rio largo, que tinha entre seis e nove quilômetros na maior parte da sua extensão, e corria do oeste dos Himalaias para o mar. Frawley acredita que o Sarasvati eram o principal local de habitação na época em que os Vedas foram compostos há milhares de anos.<ref> David Frawley, ''Gods, Sages and Kings: Vedic Secrets of Ancient Civilization'' (Salt Lake City, Utah: Passage Press, 1991), pp. 72-76, 354-57 nn. d-g.</ref> | ||
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com a descrição de Sarasvati: um rio largo, que tinha entre seis e nove quilômetros na maior parte da sua extensão, e corria do oeste dos Himalaias para o mar. Frawley acredita que o Sarasvati eram o principal local de habitação na época em que os Vedas foram compostos há milhares de anos.<ref> David Frawley, ''Gods, Sages and Kings: Vedic Secrets of Ancient Civilization'' | |||
Frawley diz que o Sarasvati, “como o Ganges mais tarde, simbolizam o Sushumna, o rio do conhecimento espiritual, a corrente que flui [através do canal medular] através dos sete [[Special:MyLanguage/chakra|chakras]] do corpo sutil. Ela não é apenas a Via Láctea ou rio do Céu, interiormente é o rio da verdadeira consciência que flui para este mundo.”<ref | Frawley diz que o Sarasvati, “como o Ganges mais tarde, simbolizam o Sushumna, o rio do conhecimento espiritual, a corrente que flui [através do canal medular] através dos sete [[Special:MyLanguage/chakra|chakras]] do corpo sutil. Ela não é apenas a Via Láctea ou rio do Céu, interiormente é o rio da verdadeira consciência que flui para este mundo.”<ref>Ibid., P. 219. </ref> | ||
O Rigveda chama Sarasvati de “a melhor mãe, o melhor rio e a melhor deusa”.<ref> Rigveda 2.41.16, 1.3.12, citado em Frawley, ''Deuses, sábios e reis'', pp. 70 , 71. </ref> Também diz: “Sarasvati, como um grande oceano, aparece com seu raio, ela governa todas as inspirações.”<ref> Sri-sukta 1, 6, 13, 4, em Rigveda, citado por David Kinsley, ''The Goddesses 'Mirror: Visions of the Divine from East and West''(Albany, NY: State University of New York Press, 1989), p. 55.</ref> | O Rigveda chama Sarasvati de “a melhor mãe, o melhor rio e a melhor deusa”.<ref>Rigveda 2.41.16, 1.3.12, citado em Frawley, ''Deuses, sábios e reis'', pp. 70 , 71.</ref> Também diz: “Sarasvati, como um grande oceano, aparece com seu raio, ela governa todas as inspirações.”<ref>Sri-sukta 1, 6, 13, 4, em Rigveda, citado por David Kinsley, ''The Goddesses' Mirror: Visions of the Divine from East and West''(Albany, NY: State University of New York Press, 1989), p. 55.</ref> | ||
A “sílaba-semente” sagrada de Sarasvati, ou bija, é ''Aim''. Um [[Special:MyLanguage/bija mantra|bija mantra]] encerra a essência de um [[Special:MyLanguage/cosmic being|ser cósmico]], de um princípio ou de um [[Special:MyLanguage/chakra|chakra]]. O mantra de Sarasvati é ''Om Aim Sarasvatye Namaha''. | A “sílaba-semente” sagrada de Sarasvati, ou bija, é ''Aim''. Um [[Special:MyLanguage/bija mantra|bija mantra]] encerra a essência de um [[Special:MyLanguage/cosmic being|ser cósmico]], de um princípio ou de um [[Special:MyLanguage/chakra|chakra]]. O mantra de Sarasvati é ''Om Aim Sarasvatye Namaha''. | ||
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Latest revision as of 14:15, 19 May 2020
A Mãe Divina na sua manifestação como Sarasvati é a shakti de Brahma. Na Trindade hindu, Brahma é conhecido como o Criador, o equivalente de Deus, o Pai, da Trindade Ocidental. Ele é o Legislador Divino, fonte de todo o conhecimento. Juntos, Brahma e Sarasvati são a encarnação da força cósmica.
Atributos
Sarasvati é conhecida como a Deusa da Palavra, e é identificada com Vac, o Verbo. Ela representa a eloquência e articula a sabedoria da Lei. É a Mãe-Instrutora para aqueles de nós que amam a Lei que Brahma revelou, e é o poder da volição, da vontade e da motivação para ser a Lei em ação. Sarasvati representa a união do poder com a inteligência, da qual surge a criação organizada.
No livro Simbolismo no Hinduísmo, A. Parthasarathy observa que o nome Sarasvati significa literalmente "aquele que dá a essência do nosso próprio Ser". Às vezes, Sarasvati é representado com quatro mãos, sentada numa flor de lótus. Ela segura as escrituras sagradas em uma mão e um lótus na outra. Com as duas mãos restantes, ela toca alaúde indiano (veena).[1]
Parthasarathy escreve: “A Deusa, portanto, representa o guru ideal.... ‘Sentar-se no lótus’ simboliza que o professor está bem estabelecido na experiência subjetiva da Verdade. ‘Segurar as Escrituras na mão’ indica que ela sustenta que somente o conhecimento das Escrituras pode nos levar à Verdade”. Parthasarathy diz que o toque do alaúde por Sarasvati sugere “que um professor verdadeiramente qualificado sintoniza a mente e o intelecto do buscador e extrai dele a música e a melodia da vida”.[2]
Segundo o estudioso David Frawley, em um sentido esotérico, Sarasvati “representa o fluxo da sabedoria, o fluxo livre do conhecimento da consciência”.[3] Ela é chamada de Ser Fluente, a fonte da criação pela Palavra.
Sarasvati também representa a pureza e se veste de branco. David Kinsley, professor de estudos religiosos na Universidade McMaster, em Ontário, Canadá, explica:
Os temas predominantes na aparência de Sarasvati são pureza e transcendência. Diz-se quase sempre que ela é branca pura como a neve, a lua ou a flor kunda ... Dizem que suas roupas são impetuosas em sua pureza...
A natureza transcendente de Sarasvati... também é sugerida em seu veículo, o cisne. O cisne é um símbolo de transcendência e perfeição espiritual no hinduísmo... Sarasvati, montada em seu cisne, sugere uma dimensão da existência humana que se eleva acima do mundo físico e natural. Seu reino é de beleza, perfeição e graça; é um domínio criado por inspiração artística, discernimento filosófico e conhecimento acumulado, que permitiu aos seres humanos refinarem tanto seu mundo natural que foram capazes de transcender suas limitações. Sarasvati, montada em seu cisne, atrai os seres humanos para a criação cultural continuada e a perfeição civilizada... Ela não apenas sustenta o mundo e é seu criador, mas também é o meio de transcender o mundo.[4]
Sarasvati está associada à linguagem, à poesia, à música e à cultura e é conhecida como a Deusa do Aprendizado e Patrocinadora das Artes e da Música. Reverenciada tanto pelos hindus como pelos budistas, estes consideram-na consorte de Manjushri, o bodhisattva da sabedoria. Os budistas apelam para Manjushri pedindo inteligência, sabedoria, mestria dos ensinamentos, poder de exposição, eloquência e memória. Ele trabalha com o Senhor Maitreya. Às vezes, os dois são retratados formando um trio com Gautama Buda, no qual Manjushri representa o aspecto da sabedoria e Maitreya o da compaixão do ensinamento Budista. Como Sarasvati, Manjushri traz o dom da iluminação.
O rio Sarasvati
Nos Vedas, os textos hindus primitivos, Sarasvati é a deusa de um rio. Os Vedas dizem que Sarasvati foi o maior rio da Índia. Durante anos, acreditou-se que Sarasvati fosse um mito, mas, em 1985, uma pesquisa arqueológica descobriu um antigo leito de rio que coincidia com a descrição de Sarasvati: um rio largo, que tinha entre seis e nove quilômetros na maior parte da sua extensão, e corria do oeste dos Himalaias para o mar. Frawley acredita que o Sarasvati eram o principal local de habitação na época em que os Vedas foram compostos há milhares de anos.[5]
Frawley diz que o Sarasvati, “como o Ganges mais tarde, simbolizam o Sushumna, o rio do conhecimento espiritual, a corrente que flui [através do canal medular] através dos sete chakras do corpo sutil. Ela não é apenas a Via Láctea ou rio do Céu, interiormente é o rio da verdadeira consciência que flui para este mundo.”[6]
O Rigveda chama Sarasvati de “a melhor mãe, o melhor rio e a melhor deusa”.[7] Também diz: “Sarasvati, como um grande oceano, aparece com seu raio, ela governa todas as inspirações.”[8]
A “sílaba-semente” sagrada de Sarasvati, ou bija, é Aim. Um bija mantra encerra a essência de um ser cósmico, de um princípio ou de um chakra. O mantra de Sarasvati é Om Aim Sarasvatye Namaha.
Ver também
Fontes
Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, Os Mestres e os seus retiros, s.v. “Sarasvati, Shakti de Brahma.”
- ↑ A. Parthasarathy, “Consortes dos Três Deuses”, em R. S. Nathan, comp., Symbolism in Hinduism (Bombaim: Central Chinmaya Mission Trust, 1989), p. 157.
- ↑ Ibid., pp. 157-58.
- ↑ David Frawley, From the River of Heaven: Hindu and Vedic Knowledge for the Modern Age (Sandy, Utah: Morson Publishing, 1990), p. 126.
- ↑ David Kinsley, Hindu Goddesses: Visions of the Divine Feminine in the Hindu Religious Tradition (Berkeley, Calif.: University of California Press, 1986), pp. 62, 141.
- ↑ David Frawley, Gods, Sages and Kings: Vedic Secrets of Ancient Civilization (Salt Lake City, Utah: Passage Press, 1991), pp. 72-76, 354-57 nn. d-g.
- ↑ Ibid., P. 219.
- ↑ Rigveda 2.41.16, 1.3.12, citado em Frawley, Deuses, sábios e reis, pp. 70 , 71.
- ↑ Sri-sukta 1, 6, 13, 4, em Rigveda, citado por David Kinsley, The Goddesses' Mirror: Visions of the Divine from East and West(Albany, NY: State University of New York Press, 1989), p. 55.