A Deusa Branca
A Deusa Branca é uma das muitas imagens da Mãe do Mundo. Ela é um princípio, mas também um ser vivente.
No Tibete, a Deusa Branca é especialmente amada e venerada como Tara, a salvadora. Os budistas tibetanos entendem que o mundo será salvo pela Mãe e que ela o fará no final da era do Kali Yuga.
Diz-se que Tara nasceu de um lótus que brotou em uma lágrima derramada por Avalokiteshvara, o qual, como registra o antigo texto, “percebendo que, embora tivesse removido muitos seres migrantes do samsara, eles não diminuíram, e ele chorou”. Tara é considerada a contrapartida feminina de Avalokiteshvara, ou a sua consorte divina. Assim como Kuan Yin, ela é uma bodhisattva da compaixão. O relacionamento entre Tara e Kuan Yin tem sido objeto de muita especulação. Alguns dizem que Kuan Yin é a contrapartida chinesa de Tara, enquanto outros acreditam que ambas são um único e mesmo ser.
O primeiro símbolo da Tara Branca é o lótus totalmente aberto, que representa a abertura das pétalas dos chakras. As estátuas da Deusa Branca retratam geralmente a riqueza da sua indumentária. A sua coroa e os brincos simbolizam a vida abundante do Buda e do Cristo. A Mãe simboliza que tudo no universo da Matéria pertence aos seus filhos e, portanto, esse senso de abundância faz parte de sua manifestação. Aos que renunciam, ela também mostra que a verdadeira riqueza do cosmo está nas qualidades espirituais. A Mãe é aquela que nada possui, mas tem tudo e, neste equilíbrio encontramos a disciplina do Buda.
Ela está muitas vezes sentada na posição de lótus, Padmasana, o que permite que a kundalini flua livremente. A mão esquerda descansa sobre o coração e a direita estende-se em um gesto de doação, que encarna a generosidade e a benção de toda a vida. A protuberância no alto da cabeça simboliza a abertura do chakra da coroa. As orelhas alongadas e o terceiro olho indicam o uso pleno de todos os sentidos internos. A orelha grande é um atributo de todos os Budas e revela o contato com Deus, por meio do ouvido e do som internos.
A Tara Branca é uma manifestação da Mãe Divina, o princípio cósmico da Mãe. Seja ela chamada Mãe Maria ou Isis, Tara Branca do Tibete ou Kuan Yin, Kali ou Durga, ela continua sendo a força da Mãe, a shakti, que vive no nosso interior. Ela é a luz da Mãe no interior de todos nós; é mestra ascensa e não ascensa. A Deusa Branca é o núcleo de fogo branco dos chakras como a luz da Mãe, a energia da kundalini, a luz branca no centro de todos os raios. Quando adoramos a sua presença dentro de nós, fazendo o rosário, elevamos as energias da kundalini e conectamo-nos com o princípio cósmico da Mãe.
Em um ditado que transmitiu com Tara, em 1977, Serápis disse:
Corações preciosos, o caminho da Tara Branca é o caminho seguido pelos que veem a necessidade suprema da humanidade e estão dispostos a fazer o sacrifício supremo. Devido ao seu senso do tempo, conseguem perscrutar o tempo do Senhor. São matemáticos comigo. São arquitetos de um vasto destino. Veem o ciclo do inimigo. Sabem que no jogo de ponto e contraponto, precisam ser como um feixe de fogo sagrado, como o ponto de diamante, como a disciplina da energia. E esta é a plenitude da sua alegria, toda a sua diversão e risos condensados em uma esfera intensa de luz. Girando nessa esfera, apreciam com deleite divino todos os prazeres de que outros discípulos usufruem na espiral maior.[1]
Ver também
Fontes
Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, Os Mestres e os seus retiros, s.v. “A Deusa Branca (Tara).”
- ↑ Serápis Bey e a Deusa Branca, “Disciplines of the Sacred Centers of God-Awareness (Chakras) for Discipleship East and West,” 30 de dezembro de 1977.